CEBI-AL: REUNIÃO EM 17/08/2013

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

REUNIÃO EM 17/08/2013

RESUMO DA REUNIÃO:

Em nossa última reunião do CEBI-AL, que teve início às 19h00 do dia 17 de agosto de 2013 na casa de Rubia e Jeyson, tivemos, inicialmente, um momento de reflexão conduzido por Vilma Lins, a partir do relato do caminho para Emaús. Vilma nos convidou a refletir sobre a necessidade da partilha do pão e da Palavra para que possamos desfrutar da presença reconhecida do Cristo ressurreto entre nós, que fazemos o CEBI-AL, especialmente neste momento de reconstrução. Após esse momento de introspecção, houve diálogo com muita participação dos presentes, em torno do tema, ao que se seguiram as discussões de caráter mais administrativo, em torno da mesa do jantar. Nesse segundo momento, foram partilhados com os presentes assuntos referentes ao recebimento de e-mails do CEBI Regional acerca das visitas que representantes do CEBI Nacional farão aos polos regionais nos dias 02 e 03 de novembro com o fim de que haja maior interação entre as diversas instâncias e núcleos locais do CEBI no Nordeste. Também foram partilhados os informes sobre o Encontro Regional NE ocorrido de 17 a 19 de maio do corrente, dentre os quais o da formação para assessores trabalharem com jovens, a ser realizado nos dias 12 a 13 de outubro/2013. Serão ofertadas 2 vagas para cada Estado da região. O regional assumirá as passagens de capital para capital. As passagens do interior de cada Estado para a respectiva capital, bem como a alimentação ficarão por conta dos CEBI's locais. Também foi partilhada com o grupo a sugestão de Pácifer enviada com antecedência por e-mail, no sentido de o CEBI-AL se pronunciar a respeito dos vetos por parte da Presidência da República ao projeto do Ato Médico. Assim, o CEBI-AL se pronunciou contrário a uma ainda maior centralização e burocratização dos atendimentos na saúde pública, já tão inacessíveis ao povo de baixa renda. O grupo apoiou o pronunciamento imediato, considerando a iminência da votação sobre os vetos. Samyra se disponibilizou a elaborar o pronunciamento e assim o fez. Outro aspecto discutido foi a importância de uma alternância na condução dos momentos de reflexão e mística, no sentido de que representantes de diferentes tradições e confissões se alternem na condução desses momentos, a fim de fomentar o caráter ecumênico do CEBI-AL. Também ficou acordado que os integrantes do CEBI-AL deverão trazer na próxima reunião, sugestões bibliográficas para que se iniciem leituras conjuntas de livros e textos previamente escolhidos pelo grupo. Também foi discutida a pertinência de as reuniões continuarem a ter início com momentos de reflexão e mística, de forma que os assuntos administrativos sejam discutidos sempre no segundo momento. A próxima reunião teve seu pré-agendamento para às 19h00 do dia 21 de setembro (sábado à noite), confirmado. Após o jantar e a reunião administrativa foram feitas uma oração espontânea, conduzida por Gustavo, e o Pai-Nosso, em conjunto.

TEXTO BÍBLICO:
Lucas 24.13-36

PRESENTES:
Samyra, Pácifer, Gustavo, Vilma, Laodiceia, Jeyson, Rubia e Isis

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História do CEBI-AL

O CEBI Alagoas nasceu no ano de 1985, ainda na efervescência dos anos 80. Teve na sua origem uma identificação profunda com a luta do povo, principalmente com a questão da terra em função de Alagoas ser um dos Estados de maior concentração de terras nas mãos de poucas famílias latifundiárias. A monocultura da cana de açúcar deixou as marcas dolorosas do coronelismo, dos analfabetismos e do trabalho desumano dos cortadores e cortadoras de cana. Talvez por isto, na sua origem, o CEBI Alagoas se juntou ao movimento dos missionários e missionárias do campo. Esse movimento teve muita influência na primeira década do trabalho do CEBI. Movimento iniciado pelo padre José Comblin para dar formação popular aos missionários do campo. O CEBI se fortaleceu muito com essa parceria. Na Serra da Catita, em Colônia de Leopoldina, onde fica o mosteiro dos missionários e missionárias do campo, aconteceram muitos encontros de formação do CEBI Alagoas e do regional Nordeste. Este lugar é muito simbólico, serras onde viveu e lutou o movimento de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência e da luta dos negros e negras, alimentou a espiritualidade e a mística do CEBI AL nos seus primeiros anos. No contexto urbano o CEBI teve muitos grupos e escolas em Maceió, e teve na pessoa de Marival uma das figuras mais apaixonadas pela necessidade de abertura mais ecumênica. Com seu esforço, conseguiu atrair pessoas da Igreja Batista que sempre estiveram envolvidas no CEBI Alagoas. Entre estes, os pastores Marcos Monteiro e Waldir Martins. As irmãs ursulinas foram também de grande apoio ao trabalho do CEBI Alagoas, e a casa das irmãs acolheram também muitos dos encontros do CEBI Alagoas. Toda essa história certamente alimentou outros grupos e movimentos para além do CEBI. A leitura popular da Bíblia foi o fermento que fez crescer a fé e a esperança de muitos e muitas que integraram a caminhada do CEBI Alagoas e hoje estão envolvidos e envolvidas nas lutas por vida melhor e justiça em Alagoas. Atualmente o CEBI vem de uma fase mais retraída, reanimando-se para avançar e dialogar com o novo contexto alagoano. Re-inventando-se diante dos novos desafios. Essa é a nossa tarefa! (Odja Barros, diretora adjunta do CEBI Nacional)

Nascimento do CEBI

Certo dia, nos anos sessenta, numa comunidade pobre no interior do Brasil, um estudioso da Bíblia explicava a lei bíblica que proíbe comer carne de porco (Lv 11,7; Dt 14,8). Dizia que essa lei nasceu no deserto. Devido ao forte calor e sem sal, a carne de porco estragava, e o povo que a comesse naquela situação poderia morrer. Essa lei visava a defender a vida da comunidade. Escutando isso, uma pessoa ali presente disse: "Então hoje, com essa mesma lei, Deus nos manda comer carne de porco!" Diante do assombro causado por essa conclusão, o agricultor, de mãos calejadas e rosto queimado pelos muitos anos de luta pela vida, explicou: "Hoje, a única carne que temos para nós e nossos filhos são os porquinhos que nós mesmos criamos. Então, se aquela lei era para defender a vida da comunidade, hoje, para defender a vida de nossas crianças e de nossa comunidade, Deus nos manda comer carne de porco!" Assim surgia diante dos olhos daquele biblista um novo jeito de ler a Bíblia. Ele havia chegado às suas conclusões estudando geografia, história, exegese. Mas aquele homem, quase sem instrução, fez, a partir da realidade dura e pobre em que vivia e da sua luta em defesa da vida e de sua gente, uma interpretação muito mais profunda do texto. Descobriu o Espírito de Deus por trás daquelas palavras antigas e, ao mesmo tempo, trouxe esse Espírito, a defesa da vida, para o momento presente e para sua situação concreta. Dessa experiência nasceu um novo método de leitura da Bíblia, uma leitura a partir da realidade e em defesa da vida, que ficou conhecida como a "Leitura Popular da Bíblia".